VI CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DA ANEC

Educação que transforma vidas emociona congressistas

“O que fazer para mudar o mundo? Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo”. A frase de Santa Dulce dos Pobres, a Irmã Dulce, primeira santa brasileira – canonizada em 2019 -, transmite a sua missão em poucas palavras. Com trajetória voltada para o amar e o servir ao próximo na saúde, educação e assistência social, a Irmã baiana ficou popularmente conhecida como o “Anjo bom da Bahia”. A vida e obra da Santa Dulce dos Pobres foi tema de conferência na manhã do segundo dia do VI Congresso Nacional de Educação Católica 2023, promovido pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC, com a presença de Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha da Santa Dulce e Superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). A conversa foi mediada por Frei Mário José Knapik, Diretor 2º Secretário da ANEC. 

Maria Rita comenta que a OSID acolhe mais de 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, a partir da atenção integral, multidisciplinar e humanizada, bem como com ações nas instituições que atuam nos setores de saúde, educação e assistência social. “E tudo isso seguindo a missão de Irmã Dulce. Na infância, convivendo com sua família católica, ela aprendeu sobre a fraternidade e o amor católico. Sentiu seu chamado, sua vocação. Seus ensinamentos passam de geração em geração e todos que conviveram com  ela aprenderam muito. Seus valores, sempre compartilhados por ela, continuam vivos na perpetuação de sua obra”, explica.

No início de sua vocação, comenta Maria Rita, a congregação da Santa era voltada para educação. “E a vontade dela era educar de forma inclusiva. De dentro da sala de aula, ela observava a realidade desigual ao seu redor e pensava em como mudar isso e educar para a vida das pessoas, não somente o ensino formal. Assim, impulsionada pelo desejo de ser uma Irmã entre os pobres, ela se torna educadora social oferecendo assistência integral não só educacional, como também orientações e serviços de saúde com um pensamento global”, afirma. Uma das principais referências deste caminhar para a educação de Irmã Dulce é o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), um dos 21 núcleos de atendimento da OSID, que nasceu como um orfanato e hoje tem mais de 900 alunos. “Ela sempre defendeu a necessidade de educar para a vida para que os estudantes tenham valores, como respeito, compaixão, empatia e humanidade, promovendo justiça social no coração de cada um. Além disso, sempre foi uma preocupação da Irmã Dulce reintegrar essas crianças em suas famílias”, afirma.

Irmã Dulce nas escolas

Com outra ação voltada ao ensino para a vida, o Memorial Irmã Dulce criou o projeto educacional Irmã Dulce: um diálogo com a educação. “Para que as próximas gerações não percam esse legado de amor, a proposta é difundir o conhecimento acerca da trajetória de amor e serviço do Anjo Bom do Brasil, incentivando a discussão de valores universais e o resgate da história junto às novas gerações”, diz. “Assim, para fomentar a aproximação entre as escolas e o legado da Santa, o projeto é voltado aos estudantes das redes de educação estadual, municipal e particular e o programa oferece a oportunidade de conhecer, apreciar, vivenciar e experimentar o legado da religiosa baiana, através de visitas ao Memorial ou outras atividades que também podem ser desenvolvidas no ambiente escolar, a partir do Dulce na Escola, uma ação integrante do projeto”, ressalta. “Para aproximar Deus dos estudantes é necessário manter-se próximo deles, brincando, conversando e escutando com atenção. E quando vocês sentirem amor incondicional por elas, elas entenderão o que é Deus”, finaliza.